Este é o retrato mais antigo que conheço de Manuel Augusto Martins Gomes. Hoje, faria 102 anos.
Nascido a 4 de junho de 1920 em Murça, veio para Lisboa com 1 mês de idade onde residiu até à sua partida para Lourenço Marques (Maputo) a meio do século passado. Meu pai.
Quando olho para esta imagem sou invadida, inevitavelmente, por uma série de clichés. Nesta altura não sabia o que a vida lhe reservava. Filho mais novo do primeiro casamento do seu pai, miúdo educado mas divertido enquanto o pode ser, jovem curioso e interessado quando a vida o obrigou a ser gente.
Virou o tabuleiro!
Mudou a vida de pernas para o ar, ou se calhar, definitivamente para o lado certo.
Criou-se! Auto-didacta, desenvencilhado, positivo, justo e cuidadoso.
Caiu! Várias vezes... E de todas as vezes, ergueu-se, em esforço, mas com dignidade.
Aprendeu! Muito... E aprendeu até ao seu último sopro. Lendo, ouvindo. Todos. Mais velhos e mais novos. E com a sua experiência, ensinou. Sem petulância, sem paternalismos.
Foi tolerante para com os gentis de coração, limão para com os oportunistas de ocasião.
E até ao fim, foi assim. Deu o seu melhor aos outros. Como? Respeitando-os, com diplomacia, elegância, cuidado, e ... tempo.
O mundo devia saber ouvir mais da história da vida das suas gentes.
O mundo deveria saber sonhar, ser positivo e querer, com calma, saborear cada momento, guardando as suas imagens sentidas numa caixinha preciosa de sentimentos permanentes.
Obrigada Papi ♾️ ❤️
Happy You, Happy Us, for the blessing of having you in our lives 🤗
@manuelamartinsgomesmemorias